Capturada Pelo Meu Sogro Mafioso
Capturada Pelo Meu Sogro Mafioso
Por: Totomo Injobua
1

O vestido de noiva pesava como uma armadura.

Elena olhou-se no espelho do camarim, os dedos tremendo enquanto ajustavam o véu de renda branca. Não era suposto ser assim. O casamento deveria ser uma celebração, não uma sentença. Mas quando se casa com um Moretti, nada é por amor.

— Quase pronta, signorina? — A velha costureira sorriu, alisando as dobras do vestido. — O Don está ansioso.

Elena engoliu seco. O Don. Luca Moretti, seu noivo, era apenas o príncipe herdeiro. O verdadeiro poder estava nas mãos do homem que mal a olhava durante os jantares de família: Vittorio Moretti, seu futuro sogro.

Um estrondo na porta interrompeu seus pensamentos.

— Elena. — A voz era de Luca, mas o tom era estranho, tenso.

Ela se virou, e o coração parou.

Luca estava lá, sim, mas não com o smoking de noivo. Vestia roupa de viagem, o rosto pálido, os olhos evitando os dela.

— O que está acontecendo? — ela perguntou, os dedos se apertando no tecido do vestido.

— Eu… não posso fazer isso.

O mundo desmoronou em câmera lenta.

— O quê?

— Eu amo outra pessoa. Estou indo embora. Agora.

Elena riu, um som sem humor. — Você está brincando. Seu pai vai te matar.

Luca olhou para trás, nervoso, como se esperasse que o próprio diabo surgisse do corredor. — Ele não sabe. E você… bem, você vai cobrir por mim.

Antes que ela pudesse responder, ele jogou algo em cima da penteadeira. Um bilhete.

— Dê isso a ele quando perguntarem.

E então, como um covarde, Luca Moretti fugiu no dia do próprio casamento.

Os minutos se arrastaram como horas. Elena ficou paralisada, o bilhete não lido na mão, até que as vozes do corredor ficaram mais altas. Mais violentas.

A porta do camarim foi arrombada com um chute.

Dois homens de terno preto entraram primeiro, armas à mostra. E então…ele apareceu.

Vittorio Moretti.

O Don da família Moretti não parecia um homem. Parecia uma tempestade prestes a devastar tudo. Seu terno impecável não escondia a fúria nos ombros tensos, nos olhos negros como azeviche que queimavam através dela.

— Onde está meu filho? — a voz dele era suave, mortal.

Elena abriu a boca, mas nenhum som saiu.

Vittorio avançou, arrancando o bilhete de sua mão. Ele leu, os músculos da mandíbula contraindo. Então, lentamente, levantou o olhar para ela.

— Você sabia.

— Não!— ela engasgou. — Ele me abandonou também!

Vittorio estudou-a por um longo momento, como um predador avaliando a presa. Então, sem aviso, ele agarrou seu braço, os dedos como grilhões de aço.

— Então você vai pagar por ele.

Elena lutou, mas era inútil. Ele a arrastou para fora do camarim, através do salão de festas em silêncio, onde os convidados olhavam horrorizados.

— Você não pode fazer isso! — ela gritou.

Vittorio parou, virou-se e aproximou os lábios do seu ouvido. O calor do hálito dele fez seu corpo traiçoeiramente tremer.

— Você pertence aos Moretti agora, piccolina. E eu nunca deixo uma dívida sem pagar.

Antes que ela pudesse responder, ele a jogou dentro de um carro preto. A porta fechou com um clique final.

Elena estava capturada.

O lugar para onde a levaram não era uma casa. Era uma fortaleza.

Muros altos, câmeras, guardas armados. Vittorio a puxou pelos corredores sombrios até um quarto — não uma cela, mas algo pior.

Luxo. Uma suíte enorme, com uma cama enorme, paredes de mármore… e janelas trancadas.

— Você vai ficar aqui — ele disse, soltando-a. — Até eu decidir o que fazer com você.

Elena esfregou o pulso dolorido. — Eu não sou sua prisioneira.

Vittorio riu, um som baixo e perigoso. — Oh, mas é. — Ele se aproximou, cada passo calculado. — Seu noivo fugiu. Você é a única coisa que resta para garantir que a aliança com sua família seja honrada.

— Luca é um idiota, mas seu pai não vai deixar você me manter aqui!

Ele parou, tão perto que ela podia sentir o calor do corpo dele.

— Seu pai? — Vittorio sorriu, cruel. — Ele foi quem sugeriu que eu fizesse uso de você de outra forma.

O sangue esfriou nas suas veias.

— Você não faria isso.

Os olhos dele desceram ao seu corpo, ao vestido de noiva ainda vestido, e algo escuro brilhou no olhar dele.

— Não subestime o que um homem como eu é capaz, Elena.

Ele virou-se e saiu, trancando a porta atrás de si.

Elena caiu de joelhos no tapete, o coração batendo como um tambor.

Ela estava nas garras do lobo.

E a noite mal tinha começado.

O som da fechadura girando ecoou como um tiro na suíte silenciosa. Elena levantou-se tão rápido que a cabeça girou, os dedos se agarrando ao vestido de noiva, agora amassado e manchado de lágrimas.

A porta se abriu lentamente, revelando não Vittorio, mas uma mulher de meia-idade com um vestido discreto e olhos impassivos.

— Don Vittorio mandou que você se arrumasse para o jantar — anunciou, colocando uma bandeja com roupas sobre a cama.

Elena olhou para o conteúdo: um vestido vermelho, justo, com um decote que deixaria pouco à imaginação.

— Isso é uma piada? — Ela empurrou a bandeja, fazendo o tecido escorregar para o chão. — Diga ao seu chefe que eu não sou um brinquedo para ele vestir.

A mulher nem pestanejou.

— Ele disse que você tem uma escolha. Veste isso… ou vai nua.

O ar saiu dos pulmões de Elena como se ela tivesse levado um soco.

Uma hora depois, ela estava sentada à mesa de jantar mais longa que já vira, o vestido vermelho colado ao corpo como uma segunda pele. As velas projetavam sombras dançantes nas paredes, e o silêncio era quebrado apenas pelo tilintar dos talheres de prata.

Do outro lado da mesa, Vittorio observava-a enquanto bebia vinho tinto, os olhos escuros percorrendo cada curva exposta pelo vestido.

— Você parece… diferente sem o véu de noiva — comentou, a voz rouca.

Elena apertou a faca na mão.

— Por que estou aqui?

Ele inclinou a cabeça, como um tigre estudando sua presa antes do ataque.

— Porque o meu filho foi um tolo. E agora, alguém tem que arcar com as consequências.

— Eu não tenho nada a ver com a fuga dele!

Vittorio colocou o copo devagar sobre a mesa.

— Mas tem. Você era a noiva. Sua família prometeu lealdade. E agora? — Ele sorriu, cruel. — Você é tudo o que resta.

Elena sentiu o perigo no ar, espesso como o cheiro do vinho.

— O que você quer de mim?

Ele levantou-se, andando até ela com passos lentos. Quando parou atrás da sua cadeira, suas mãos se fecharam sobre seus ombros, os dedos queimando através do tecido fino.

— Quero obediência.

O calor do corpo dele contra suas costas fez algo dentro dela estremecer.

— E se eu me recusar?

Os lábios de Vittorio se aproximaram do seu ouvido, o hálito quente fazendo seus nervos pegarem fogo.

— Então eu te quebro.

Depois do jantar, ele a levou para o terraço. A noite estava fria, mas o medo mantinha Elena aquecida.

— Você sabe por que Luca fugiu? — perguntou Vittorio, olhando para a cidade abaixo.

Elena cruzou os braços.

— Porque ele é um covarde.

Vittorio riu, um som sem humor.

— Porque ele sabia que nunca seria digno de herdar o que é meu. — Virou-se para ela. — E você? É digna de ser uma Moretti?

Elena sentiu o desafio no ar.

— Eu nunca quis ser.

Ele se aproximou, até que ela pudesse sentir o cheiro do seu perfume, uma mistura de tabaco e poder.

— Talvez você precise de um… incentivo.

Antes que ela pudesse reagir, Vittorio a puxou contra ele, uma mão entrelaçando-se em seus cabelos, puxando sua cabeça para trás.

— Me beije.

Elena paralisou.

— Não.

Os olhos dele escureceram.

— Não foi uma pergunta.

E então… ele a beijou.

Foi um beijo de posse, de dominação, seus lábios exigindo submissão. Elena tentou resistir, mas seu corpo traiu-a, respondendo contra sua vontade.

Quando ele a soltou, os dois estavam sem fôlego.

— Você pertence a mim agora — ele sussurrou. — E eu sempre pego o que é meu.

Elena recuou, os lábios ainda ardendo.

— Nunca.

Vittorio sorriu, como se ela tivesse acabado de cair em uma armadilha.

— Então lute. — Ele abriu os braços. — Mostre que você é mais do que apenas um peão.

Elena hesitou. Mas então, num ato de pura rebeldia, ela levantou a mão e deu um tapa no seu rosto.

O som ecoou como um tiro.

Por um segundo, o mundo parou.

Então, os olhos de Vittorio incendiaram-se.

— Erro grave, piccolina.

Ele a agarrou pelo braço, arrastando-a de volta para dentro, em direção aos aposentos privados.

Elena sabia que tinha acabado de acender um fogo que não poderia controlar.

E a noite ainda não tinha acabado.

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