As luzes do festival reluziam no reflexo dos olhos afiados de Tânia. As barracas enfeitadas, a música e o aroma doce de especiarias pairando no ar pareciam insignificantes diante da cena à sua frente.
Kael e Camélia caminhavam lado a lado. Os sorrisos eram sutis, mas naturais demais, confortáveis demais.
O estômago de Tânia revirou.
Merda.
Ela sentiu antes mesmo de processar. Aquela pontada incômoda, aquele aperto quente dentro do peito. Algo que não deveria sentir.
E Bianca percebeu.
— Tá te incomodando? — A voz de Bianca deslizou como um fio de veneno macio, cheia de doçura falsa.
O dom dela se espalhou no ar. Sutil, insistente.
Mas Tânia já esperava por isso.
Ela fingiu ceder, fingiu deixar a raiva crescer e atravessou o festival sem hesitar, indo direto até Kael e Camélia. A cidade assistiu. O Conflito Público
— Então é isso, Kael? — A voz de Tânia cortou o espaço entre eles como um chicote.
O movimento ao redor desacelerou. Murmúrios surgiram, olhares se volt