O gabinete de Kael era amplo e rústico, com móveis de madeira escura e mapas espalhados pela mesa. Livros antigos sobre a história da matilha estavam empilhados em um canto, e a luz fraca da luminária lançava sombras longas pelas paredes.
Tânia estava sentada na poltrona de frente para Kael, os braços cruzados, a expressão tensa. Azíria permanecia encostada na parede, observando tudo com aquele olhar distante e atento de quem sempre sabia mais do que dizia.
Kael respirou fundo antes de começar.
— A gente precisa conversar sobre Bianca.
Tânia arqueou uma sobrancelha, o olhar se tornando desconfiado.
— O que tem ela?
Kael apoiou os cotovelos na mesa, mantendo a voz firme, mas controlada.
— Eu acredito que ela esteja te manipulando. Desde o começo.
Tânia soltou um riso curto, sem humor.
— Você só pode estar brincando.
— Não estou. — Kael respondeu sem hesitar. — Você já parou para pensar em como, desde sempre, ela esteve ao seu lado reforçando essa ideia da g