Velhos hábitos

Acordei cedo, sem despertador, com a luz suave que só existe quando o dia ainda está começando e o céu não decidiu de vez se será ensolarado ou nublado. Respirei fundo e senti o cheiro do mar entrando pela janela entreaberta, um mistura de sal e brisa fresca que parecia querer me abraçar logo ao despertar. Era diferente do ar seco da cidade; que parecia carregar vida, uma espécie de promessa silenciosa de que as coisas poderiam, sim, melhorar.

Ouvi minha mãe cantarolando na cozinha, provavelmente uma das mesmas músicas antigas de sempre, que ela repetia desde que eu era criança. Levantei, lavei o rosto, penteei o cabelo de qualquer jeito e fui ao encontro dela. Assim que me viu, ela abriu os braços e me envolveu num abraço apertado, daqueles que parecem colar de volta as partes de você que andavam soltas.

— Dormiu bem, minha filha? — ela perguntou, ajeitando uma mecha do meu cabelo como se eu ainda fosse aquela menina de quinze anos atrasada para a escola.

— Dormi sim, mãe —
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