O sol começava a descer lentamente no horizonte, tingindo o mar com um tom dourado que parecia ter saído de uma pintura. Eu e Vini caminhávamos pela faixa de areia molhada, com as ondas quebrando suavemente perto dos nossos pés. Ele estava descalço, com a barra da calça dobrada, e tinha um jeito natural de estar ali, como se nunca tivesse partido.
— Foram anos viajando — disse ele, chutando levemente a água com a ponta dos dedos. — Comecei pela Itália, depois França, Alemanha… acabei ficando mais tempo em Portugal por causa do trabalho.
Olhei para ele com um sorriso curioso.
— E como foi?
— Um choque de cultura — respondeu, rindo baixo. — A gente acha que se adapta fácil, mas não é bem assim. A comida, o clima, o jeito das pessoas… até a forma de falar com estranhos é diferente. Em alguns momentos eu me sentia completamente perdido. Mas, ao mesmo tempo, foi uma das melhores experiências da minha vida.
— Pretende voltar? — perguntei, curiosa.
Vini ficou em silêncio por a