Depois de registrar a queixa, acompanhada por Eduardo, senti um alívio tão profundo que quase me permiti desabar. Eduardo foi direto, mas gentil. Disse que, por precaução, seria melhor se eu passasse uns dias longe, ao menos até o juiz assinar a medida protetiva. A orientação era clara: manter distância, preservar minha integridade física e emocional. E, por mais que eu quisesse insistir que daria conta, que Henrique não ousaria aparecer de novo, no fundo, eu sabia que não podia arriscar.
E foi ali, sentada na cadeira fria da delegacia, com o barulho dos computadores e dos relatos tristes em volta, que decidi que talvez fosse mesmo a hora de ir. Eu já tinha considerado visitar minha mãe — agora, era o momento perfeito. Não só para fugir do caos, mas para voltar a um lugar onde, por mais simples que fosse, eu me sentia segura. Amada. Viuva de expectativas, mas cercada de raízes.
No dia seguinte, logo cedo, comprei a passagem. Fortaleza me esperava. Mais precisamente, uma pequena