Entrei no apartamento ainda com o coração disparado, tentando recuperar o fôlego e a estabilidade que Henrique tinha roubado de mim minutos antes. Sebastian entrou logo atrás, fechando a porta com cuidado, como se quisesse evitar qualquer ruído que pudesse me ferir ainda mais.
O silêncio entre nós ficou denso. As palavras estavam ali, suspensas no ar, esperando coragem para cair.
— Quer alguma coisa? — perguntei, ainda de pé, tentando soar menos nervosa do que realmente estava. — Café? Chá? Um suco?
Ele balançou a cabeça, os olhos pousando nos meus com uma ternura cansada.
— Não, obrigado. Só quero saber se você está bem.
Seu olhar percorreu meu rosto com cautela, como se procurasse rachaduras, fragmentos, cicatrizes invisíveis. E talvez elas estivessem mesmo todas ali.
— Estou bem… agora — respondi, sem convicção. — O que você quer me falar, Sebastian? Por que veio?
Ele inspirou fundo, passou a mão nos cabelos e andou alguns passos pela sala, antes de voltar a me enca