O mundo além do véu era um reflexo distorcido do real — mas não invertido, não exatamente. Era como um eco, onde o tempo se estilhaçava em fragmentos e as emoções deixavam rastros visíveis no ar. Miguel, Valéria, Léo, Mateo e Elisa caminhavam com cautela. A paisagem ao redor oscilava entre florestas retorcidas, ruínas suspensas e um céu rachado que murmurava como se respirasse.
A cada passo, Elisa — ou Fratura — parecia mais inquieta. Sua presença aqui ecoava mais forte, como se o véu a reconhecesse.
— Ele está perto — sussurrou ela, olhando para o vazio adiante.
— O terceiro portador? — perguntou Valéria.
Elisa assentiu. — O único que permaneceu aqui... por escolha.
Avançaram até encontrarem um campo de pedra negra, onde colunas quebradas se erguiam como dedos pedindo socorro. No centro, um homem sentado de costas para eles, envolto em um manto de sombras que ondulavam como fumaça viva.
— Arthur... — disse Miguel, reconhecendo a silhueta. Mas havia algo errado.
Quando o homem se viro