A escuridão do véu parecia mais densa agora. As fendas que haviam sido parcialmente fechadas no confronto com Arthur se agitavam como feridas mal cicatrizadas, pulsando uma dor ancestral que nem mesmo Elisa conseguia decifrar por completo. O grupo avançava lentamente por uma trilha que os levava a um vilarejo distorcido, onde as casas flutuavam como se fossem reflexos quebrados na superfície de um lago.
Miguel caminhava à frente, seus olhos atentos aos menores detalhes. Desde o fim da batalha com os espectros do véu, ele sentia uma presença observando cada passo, algo que se escondia nas frestas entre realidades. Valéria vinha logo atrás, silenciosa, os sentidos aguçados. Léo e Mateo traziam a retaguarda, enquanto Elisa, mais instável do que nunca, mantinha as mãos cobertas por uma energia oscilante — ora luz, ora sombra.
— Esse lugar... — murmurou Léo. — Parece uma lembrança que alguém tentou apagar à força.
— Porque é — respondeu Elisa com a voz distante. — Aqui, o véu criou um espe