Após grávida, casada por conveniência com meu primo

Após grávida, casada por conveniência com meu primoPT

Romance
Última atualização: 2025-06-14
R. Santtiago  Atualizado agora
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"Era Holi quando o vi pela primeira vez... O fim do Inverno e início da Primavera na Índia. O bem venceu o mal! Era Holi! Somente coisas boas acontecem neste dia... Não é? Ele me prometeu o mundo. Mas quando o verão acabou, ele levou junto o meu sonho. Minha felicidade. Minha inocência. Era Outono quando ele foi embora." Há 7 anos Kali foi abandonada pelo homem que jurou amá-la por toda a vida. Ela desonrou sua família e pagou caro por isso... mas ele não estava lá para pagar o preço ao seu lado. Agora ele está de volta, há duas fileiras da sua poltrona, no mesmo Teatro. Sorrindo com outra mulher. E a única coisa em que ela consegue pensar é em se vingar do homem que destruiu sua vida e seu coração. Até que uma surpresa do Destino muda todo o rumo da sua vida. Nosso Último Verão é uma história de amor e superação; sobre reencontros, surpresas e reviravoltas que a vida nos reserva. Mas lembre-se: nem todas as histórias de amor tem finais felizes.

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Capítulo 1

Capítulo 1

A sensação de levar um soco no estômago é a primeira coisa que sinto ao ouvir a recepcionista do hotel. Meu cérebro demora alguns segundos para processar as palavras exatas que ela disse. Então sinto como se milhões e milhões de formiguinhas estivessem subindo pelo meu corpo, desde as pontas dos meus dedos dos pés protegidos debaixo do meu sári, até a ponta dos meus fios de cabelo. Elas me mordem e deixam seu veneno sob minha pele, trazendo uma sensação de anestesia. E então o veneno chega às minhas veias, congelando cada terminação nervosa do meu corpo. E meu coração erra uma batida. 

ㅡ O que disse? ㅡ sussurro sem forças e a mulher me olha com pena.

ㅡ A família Huxley foi embora há três dias, menina. ㅡ sua voz é baixa ㅡ Vá embora antes que chame a atenção de um adulto. Tchalô, tchalô!

Cambaleio alguns passos para trás, completamente desnorteada. Ele foi embora?

Ele foi embora. 

Saio do hotel sem rumo, sem chão. Tento ligar novamente para seu número, mesmo já sabendo que a resposta será a mesma dos últimos três dias. 

"Este número não existe. Este número não existe."

Percebi que tinha algo errado no momento em que ele foi embora pela janela do meu quarto, como nos últimos meses, mas não avisou quando chegou no hotel. Não entrou mais em contato. Nenhuma mensagem. E hoje, quando acordei, seu I*******m havia sido desativado.

Ele foi embora. Sem avisar. Ele jurou que me amava...

Jurou, mas foi embora. 

Como uma raposa maldita que entra no galinheiro durante a noite, destrói tudo que vê e depois sai em silêncio, sorrateiramente, e apenas no dia seguinte se contabiliza o estrago. 

O estrago estava enraizado em mim. Nas profundezas de meu ventre há seis semanas. O estrago tinha um mini coração, que batia incansavelmente dentro do meu corpo.

Eu estava perdida. Minha família iria me jogar no fundo do Ganges com uma pedra amarrada em meus pés. Serei amaldiçoada por meu baldi, e mamadi será rechaçada pela sociedade por ter uma filha impura.

Eu destruí minha família. E ele foi embora. 

Não percebo até que estou na porta de minha casa. Não tenho coragem suficiente para entrar e ver a decepção nos olhos de minha mamadi quando contar o que fiz da minha vida. 

Sinto meu celular vibrar em minha bolsa e pego no modo automático. É um e-mail da clínica de firanghis que fui hoje fazer o exame, uma lista de vitaminas para uma gestação saudável. Mas eu não quero um filho, Are Baba, eu vou queimar no fogo ardente por isso, mas eu não quero esse filho. 

ㅡ O que está esperando para entrar? ㅡ escondo meu celular e olho assustada para Kabir ㅡ O que estás escondendo aí, hã? Não temos segredos um com outro. Ou temos?

Engulo em seco e me sinto a pior pessoa da face desta horrível terra. Nunca houve segredo entre nós. Até ele aparecer. Maldito seja!

ㅡ Didi, o que houve? ㅡ ele se aproxima e examina meu rosto de perto ㅡ Estás pálida. 

ㅡ Tik, é só cansaço. ㅡ sorrio fracamente e ele acena desconfiado.

Entramos em nossa casa e pelo sapato na porta sei que meu baldi já chegou da empresa.  

Nossa família é dona de uma rede de joalherias por toda a Ásia. Um negócio de família, que passa de geração em geração. Por ser mulher, não terei direito, mas Kabir já tem sua parte das ações e uma conta recheada de rúpias no banco desde que seu baldi morreu num acidente de avião com sua mama. 

Fomos criados juntos, baldi o acolheu como o filho homem que mamadi nunca conseguiu lhe dar. Kabir é mais que um primo, ele é como um bhaya para mim. Terei que contar-lhe a verdade, se não nunca me perdoará. 

Sinto o cheiro de pani puri assim que entramos em nossa sala. Baldi está sentado assistindo TV, em sua poltrona habitual, e sorri quando nos vê. 

ㅡ Luz da minha casa! ㅡ ele diz para mim quando faço o Prônam Mudrá e Kabir faz o seu em seguida ㅡ Ditero beti, ditero beti.

ㅡ Como passou seu dia, baldi? ㅡ Kabir inicia uma conversa enquanto fico em silêncio, sentada, apenas observando a interação dos homens de minha família. 

Kabir puxou o lado materno, sua pele é mais clara que a minha, mas somos parecidos na cor dos cabelos escuros e nos olhos castanhos expressivos. Usa óculos desde que iniciou seus estudos, e sempre foi o mais inteligente de nós, o que o fez chegar a faculdade com apenas dezesseis anos. Seus pais teriam muito orgulho se ainda vivessem entre nós.

Orgulho que meu baldi faz questão de demonstrar todos os dias desde que Kabir assumiu sua parte nos negócios da família, mesmo que ainda falte um ano para pegar seu diploma de Ensino Superior. 

Aarav Akshay é conhecido no mundo dos negócios de jóias pela sua mão de ferro. Homens já choraram com apenas um olhar de meu baldi. Sua pele é escura, como mel concentrado de abelhas, seus olhos negros como a noite, é um homem alto e robusto, consideravelmente bonito. Casou com mamadi quando ela tinha apenas dezessete anos, e engravidaram no primeiro mês de casamento. Ele nunca cobrou um filho homem à ela, mas sabemos que mamadi carrega essa culpa em seu íntimo. 

ㅡ Didi? ㅡ sou arrancada de meus devaneios pela voz de Kabir.

ㅡ Ham? ㅡ olho dele para baldi, que voltou a olhar para TV.

ㅡ O que está passando nessa sua cabecinha de vento? 

ㅡ Nahin, bhaya, atchá! ㅡ sorrio fraco e ele me olha desconfiado.

ㅡ Sabe que estou aqui por você, ham… ㅡ ele sussurra.

ㅡ Chukriá... ㅡ sussurro de volta. 

Nossa conversa não continua pois mamadi no chama da cozinha avisando que o jantar está na mesa. 

Nivedita Akshay é uma mulher de pulso firme, não muito carinhosa. Se colocar numa balança, baldi vence disparado na questão "carinho com a filha". Mas sua beleza é indiscutível, o que causa muito ciúmes de seu marido nas festas e reuniões da empresa. 

Mamadi possui uma pele perfeita, da cor exata de um delicioso doce de amendoim. Seus olhos grandes e sedutores foram o que fizeram o duro Aarav se apaixonar na primeira vez que a viu. Foi um casamento arranjado, tradicional na Índia, mas foram abençoados pelo amor antes mesmo do Grande dia. 

Meus pais eram felizes. Somos considerados uma família perfeita, usados como exemplo em diversas capas de revistas das altas castas. E eu estraguei tudo. 

O vindaloo estava delicioso, contrastando perfeitamente com a refrescância do lassi de hortelã. Comemos em um silêncio confortável, como todos os dias, saboreando as especiarias picantes da suculenta carne de porco que é a especialidade de nossa família. 

ㅡ Djan, amanhã iremos ao tempo, ham? ㅡ mamadi se dirige à baldi enquanto retiramos as louças da mesa.

Por mais aberta à tecnologia e novas tradições que nossa família seja, eu nunca ouvi mamadi chamando baldi pelo seu nome. Sempre o chama de "Djan" ou "papa", e faz questão de frisar que terei que seguir seu exemplo de "boa esposa" quando eu for mãe e responsável por uma casa. 

ㅡ Tik, iremos juntos. 

ㅡ Mamadi, posso ir com Saniya? ㅡ invento uma desculpa quando me olha questionadora ㅡ Ela me convidou para um chai após o almoço, e como mora próximo ao templo… 

ㅡ Tike he, só não se atrase. ㅡ ela responde depois de pedir uma confirmação com o olhar para baldi. 

Sorrio, agradecida, e vou para meu quarto. Caminho com um nó na garganta, sentindo o choro prestes a derrubar a barreira de meus olhos. O que acontece assim que fecho a porta e me vejo no lugar em que passei meus dias e noites com ele. Desabo na cama em que perdi minha inocência e fui feita mulher através do corpo dele. 

Ah, Bennet, por que fez isso comigo? Como foi capaz de mentir por meses apenas para se aproveitar de mim?

Seu sorriso de lado e olhos da cor do mar, tão encantadores, tão envolventes, cegaram-me para minhas crenças e desonrei minha família. 

Suas palavras doces, convidativas, me derretiam como manteiga em fogo quente, me faziam não pensar em nada, apenas no momento de êxtase que nos tirava de órbita e nos elevava a um mundo só nosso, em que não existia tradição, nem casamentos arranjados, em que existia apenas amor. 

Mas não era amor. Era tudo mentira.

Bennet Huxley é um mentiroso. Uma naja peçonhenta que me encantou com sua beleza e sua música para, depois de dar o bote, me abandonar agonizando com seu veneno dentro de mim. Porque era isso que essa criança era. Um veneno. 

A consequência do maior erro da minha vida.

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