– Kali... – ele começa, mas eu ergo a mão.
– Me escuta agora.
Ele assente, ainda sem entender, e se apoia na lateral da porta, com gotas escorrendo por seu peito. Mas, mesmo assim, é ele quem parece vulnerável.
– Eu não sei o que é isso entre nós... não mais. Eu não sei dar nome ainda. Mas o que eu senti naquele beijo... não foi sobre Bennet. Não foi sobre fuga. Foi você. Foi o jeito que você me olha quando acha que não estou vendo. Foi o cuidado nos seus gestos, as noites em que você dormiu no sofá pra não me acordar com seu ronco, a forma como toca minha barriga como se ela fosse sagrada.
Minhas mãos tremem, mas não paro.
– Eu tenho medo, Kabir. Medo de estar confundindo amor com gratidão. Desejo com carência. Mas você é a única coisa que me parece real agora. E se você me beijou... se você não resistiu, foi porque você sente. E sente tanto que tem medo também.
– Eu sinto tudo por você, Kali. Tudo. - ele parece exasperado - E é exatamente por isso que me afasto. Porque se eu me perm