A respiração dele ainda aquecia meu ombro quando tudo finalmente desacelerou. Ficamos ali, entrelaçados, cobertos apenas pelos lençóis e pela calma que só vem depois da tempestade. Meu corpo ainda pulsava com a lembrança do que havíamos vivido, cada centímetro da minha pele sensível, desperta, tocada por ele de um jeito que não era só físico.

Silêncio. Mas não um silêncio vazio. Era cheio, de sentido, de sentimento, de coisas que não precisavam ser ditas. Eu sentia o peso do braço dele ao redor da minha cintura, firme, enquanto as pontas de seus dedos acariciavam minha pequena barriga redonda.

Me virei devagar para encará-lo. O rosto dele estava mais suave, relaxado, com um leve sorriso nos lábios.

– Você está bem? – ele perguntou baixinho.

Assenti, sorrindo.

– Estou mais do que bem. Estou... assustada, talvez. Mas feliz.

Ele franziu o cenho, preocupado.

– Assustada com o quê? – ele perguntou, e eu suspirei, procurando as palavras certas.

– Com a intensidade disso. Do quanto eu sinto.