POV Niyati
O cemitério estava quieto, como sempre fica no fim da tarde. O vento soprava devagar, levantando folhas secas pelo caminho, como se tudo ali sussurrasse alguma coisa que não se diz em voz alta.
Caminhei sozinha entre as fileiras de mármore e saudade. O jaleco branco dobrado no braço, os sapatos ainda novos do estágio, e o coração… estranhamente em paz.
A cada passo, vinham lembranças. De mãos dadas com minha mãe, ainda criança, trazendo flores para ele. Do dia em que chorei encostada naquela mesma pedra fria, prometendo que faria algo grande com a dor. Lembrei de mim mesma, aos quinze anos, sentada exatamente nesse mesmo banco de pedra, estudando para uma prova de biologia, lendo em voz alta e fingindo que ele podia me ouvir. E talvez ele ouvisse.
Parei diante da lápide com o nome dele.
Bennet Huxley.
Filho. Marido. Pai.
Toquei a pedra fria com a ponta dos dedos. Por anos, esse gesto foi sinônimo de dor. Hoje, é só amor. Silencioso, sem pressa.
ㅡ Papai… ㅡ sussurrei, mais pr