Amélia
Amélia sentia o sol bater em seu rosto enquanto permanecia sentada na varanda da cabana. O silêncio das montanhas, que antes lhe dava paz, agora começava a sufocá-la. Cada canto daquele refúgio era uma lembrança do que ela viveu — não com Sergei, mas com o próprio vazio que a cercava desde o resgate. A solidão, mesmo acompanhada de Maxim, era cruel.
— “Max...” — chamou, a voz baixa, contida.
Ele virou-se, com atenção imediata.
— “Quero ir embora daqui. Quero voltar pra mansão. Para a Laís.”
Maxim se aproximou devagar, sentando-se à frente dela.
— “Tem certeza? Podemos esperar mais um pouco.”
Ela balançou a cabeça.
— “Aqui é lindo, calmo… mas não aguento mais o silêncio. Não me sinto viva aqui. Preciso de alguém que me lembre que ainda sou eu. Preciso dela.”
Maxim viu em seus olhos a verdade que ela não dizia: ela queria distância dele. Ou talvez da dor que ele representava, mesmo sem querer.
— “Eu vou te levar,” ele respondeu com firmeza. “A mansão está segura. E Laís vai fica