A mansão Sokolov parecia mais silenciosa do que nunca. Os corredores antes cheios de vida agora pareciam longos túneis de eco e vazio. Amélia sentia na pele cada segundo daquele silêncio. Era como se as paredes sussurrassem constantemente o que ela queria esquecer: que Maxim já não era o mesmo com ela.
Já fazia dias desde que confessara o beijo com Giovanni. Dias desde que vira nos olhos do marido a mistura de fúria e dor. E desde então, Maxim se tornara frio. Não deixava de ser um bom pai para Benjamin, nem abandonava sua postura de chefe implacável da máfia russa. Mas com ela, era como se uma muralha tivesse sido erguida.
Ele ainda a tocava, ainda se deitava ao lado dela todas as noites, mas não havia calor. O fogo que sempre os consumia estava abafado, como se ele tivesse apagado de propósito.
Amélia acordava cedo, cuidava do filho, tentava sorrir para Laís e Helena quando estavam por perto, mas no fundo estava quebrada. O peso da culpa a sufocava. Por mais que não tivesse querido,