O pequeno apartamento no centro de São Paulo transformou-se em um ninho de conspiração. A planta baixa da mansão Tavares, desenhada pela mão de Lara, estava estendida sobre a mesa da cozinha, tornando-se o centro de seu novo universo. O mundo exterior, com seu barulho e sua normalidade, deixou de existir. Havia apenas o plano.
Gabriel, pela primeira vez em sua vida profissional, cedeu o comando estratégico. Ele era um mestre da tática, da execução. Mas a arquiteta daquela operação era Lara. Ela conhecia a alma da casa, suas fraquezas, seus segredos.
— O sensor de pressão na sala de jantar — começou Gabriel, apontando para uma área no desenho. — É o nosso maior obstáculo depois da estufa.
— Ele cobre a área central do cômodo — explicou Lara, pegando o carvão e desenhando um caminho pontilhado ao longo das paredes. — Mas há uma faixa de um metro junto às paredes que não é sensível. Foi projetada para que os empregados pudessem servir a mesa sem disparar o alarme. Se nos mantivermos cola