O sol nasceu como uma ferida aberta no céu de São Paulo, manchando as nuvens com tons de laranja e roxo. Para Gabriel, no entanto, a cidade não tinha cor. Era apenas um tabuleiro de concreto e vidro, e uma nova peça, desconhecida e hostil, havia entrado no jogo. A mensagem do cliente ecoava em sua cabeça, fria e definitiva: “Um substituto já foi ativado.”Ele não havia dormido. A noite fora um longo ritual de preparação, um batismo de sua nova missão. Agora, com a primeira luz do dia, ele estava em seu posto. O apartamento abandonado, antes um esconderijo para um caçador, havia se tornado a torre de vigia de um guardião.A Dragunov estava montada, sólida e pesada sobre o tripé. O metal gelado contra sua pele era um velho conhecido, mas o propósito da arma era novo. A coronha de madeira, agora marcada com o nome dela, parecia mais quente em suas mãos. Lara. Um lembrete constante de que cada respiração sua, a partir daquele momento, servia a um único objetivo: mantê-la respirando.Ele l
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