O apartamento que Cássio Bastos lhes ofereceu não era um refúgio; era uma declaração de poder. Situado no último andar de um arranha-céu nos Jardins, era um oásis de minimalismo e tecnologia, com paredes de vidro que ofereciam uma vista de 360 graus de São Paulo. A cidade se estendia abaixo deles, um tapete de luzes e concreto.
Para Lara e Marina, que haviam passado os últimos dias em buracos sujos e quartos de motel baratos, a transição foi vertiginosa. A opulência do lugar — o mármore frio, os móveis de design, a cozinha de aço inoxidável — parecia pertencer a um universo paralelo.
— Isso... isso é seguro mesmo? — sussurrou Marina, andando pelo vasto salão, sentindo-se como uma intrusa.
Gabriel, no entanto, não se deixou seduzir pelo luxo. Enquanto as duas mulheres exploravam, atordoadas, ele fazia o que sempre fazia: procurava por fraquezas. Com um pequeno detector de radiofrequência, ele varreu cada cômodo, cada tomada, cada luminária, procurando por microfones ou câmeras escondid