Quando o contrato se escreve em fogo e destino

Leonardo Cassani

As horas em Mônaco passavam como em um tabuleiro de xadrez. Cada movimento era calculado, cada gesto, cada olhar. Eu não podia errar — não com os contratos bilionários da Cassani Security em jogo, não com Norman ao meu lado, agora não mais apenas como secretária, mas como a peça mais preciosa da minha estratégia.

A manhã havia sido pesada. Dois contratos com bancos suíços e um com um conglomerado árabe estavam sobre a mesa. A sala de reuniões do hotel era um aquário de vidro com vista para o porto, onde iates milionários ancoravam como troféus. Mas nenhum deles me impressionava. Eu só conseguia observar a mulher sentada ao meu lado, de blazer claro, anotações meticulosas e olhos atentos a cada vírgula.

Norman não falava muito durante a reunião — aprendia mais ouvindo. Mas cada vez que eu me inclinava para perguntar algo, ela apontava com calma onde estava a falha, onde um número não fechava, onde uma cláusula escondia um