Quando contrato vira posse e prazer
Leonardo Moreau Cassani
A porta da suíte presidencial se fechou atrás de nós com um clique seco. O silêncio pesado do corredor deu lugar ao sussurro abafado do ar-condicionado e ao perfume discreto de rosas que os hotéis de Mônaco parecem espalhar em cada canto.
Eu a soltei por um instante só para vê-la entrar. Norman caminhou devagar, como se o tapete persa fosse sagrado demais para os sapatos dela. A pasta em mãos, o anel brilhando na luz dourada dos lustres.
Meu olhar percorreu cada detalhe: o cabelo negro solto, as bochechas coradas, o corpo ainda tenso como se não soubesse o que fazer.
Minha esposa.
Não importa se é contrato. Não importa se amanhã ela disser que não me ama. Agora, diante da lei, diante do mundo, diante de mim, Norman Paixão Cassani era minha mulher.
— Sei que é só contrato… — falei, a voz grave, carregada de verdade. Dei um passo à frente, encurtando a distância. — Mas não deixa de ser minha esposa. E eu quero você. Quero minh