Quando o veneno corre nas veias e o ódio vira combustível.
ISABELLA CONTI FERRAZ
Saí da Cassani’s bufando. As palavras de Leonardo ainda martelavam no meu ouvido como um soco: “foi o seu pai que atirou no Amaro”.
O salto estalava no piso frio do hall, e cada passo era um palavrão. Meu sangue fervia. Vittorio, meu pai, aquele hipócrita que posa de filantropo em jantares, ousou tentar eliminar Amaro? O mesmo Amaro que, apesar de todo orgulho, é a porra da minha fraqueza?
Resmungava baixo, sem me importar com os olhares. “Velho desgraçado… acha que pode tudo… acha que manda na minha vida…”. As unhas arranharam o couro da bolsa enquanto eu chamava o motorista.
O trajeto até a mansão Cassani foi um martírio de pensamentos venenosos. O carro deslizava pela estrada parisiense, mas dentro de mim havia uma guerra: raiva de Leonardo, ódio de Vittorio, e a fome de respostas que só Amaro podia me dar.
A guarita da mansão ergueu-se diante de mim como um aviso. O segurança, um brutamontes que não