Quando amor acalma, mas a vingança incendeia
LEONARDO CASSANI
O quarto ainda cheirava a sexo. Pele, suor, o gosto dela grudado na minha boca. Estávamos deitados, ela colada nas minhas costas, o braço dela enlaçando meu peito como se fosse corrente. Eu sentia a respiração quente contra minha pele, irregular, ainda marcada pelo gozo que tínhamos acabado de arrancar um do outro.
Eu devia simplesmente fechar os olhos, dormir mais um pouco e aproveitar. Mas eu sou porra. Não sei ficar quieto. Não depois de tudo que vivi, não depois do que aprendi.
No treinamento militar, a primeira lição que gravaram em mim foi simples: nunca relaxe de verdade. Nunca deixe a mente parar. Estar atento é sobreviver. Estar distraído é morrer.
E mesmo agora, com ela nua grudada em mim, o peso da foda ainda latejando no corpo, a minha mente já girava. Reuniões, contratos, riscos. Sempre riscos.
— Oi. — a voz dela quebrou meu devaneio.
Me virei devagar para encará-la. Ela ainda estava toda bagunçada, os cabelos