Quando o desejo desperta antes do apetite
LEONARDO MOREAU CASSANI
Acordei mais tarde do que estou acostumado.
Não costumo deixar a cama me prender, mas a foda da noite passada foi tão perfeita que até meu corpo me traiu. Relaxei como não relaxava havia anos.
Abri os olhos devagar, ainda me ajustando à claridade, e então a vi.
Norman.
Sentada na cama, as pernas dobradas sob o robe de seda creme que eu mesmo comprei pra ela. O tecido semiaberto mostrava um pedaço do seio, discreto, mas suficiente para meu pau despertar como se fosse chamado por ordem militar. O rosto dela estava sério, o cenho franzido, tão concentrada no notebook que nem percebeu que eu a observava.
Porra, que visão. Minha esposa de contrato, a mulher que já me tirava o fôlego sem precisar abrir a boca.
Levantei devagar, sem quebrar o encanto. Fui até o banheiro, liguei a água quente e deixei cair sobre mim. Precisava tirar o cheiro da noite anterior, mas parte de mim queria deixar aquele perfume dela gravado na pele