Onde a vida aprende a respirar.
LEONARDO CASSANI
O sol já se espreguiçava pelas montanhas quando saí para o pátio. O ar frio dos Alpes queimava o rosto, mas trazia aquela sensação de pureza que só existe em lugares onde o tempo parece parar. O chalé de Navarro ficava silencioso, exceto pelo som suave dos cascos no estábulo e o farfalhar das árvores ainda molhadas pela neve da madrugada.
Navarro já estava lá, encostado na cerca, o casaco marrom pesado e o chapéu cobrindo metade do rosto. Ao lado dele, Laura, com as luvas brancas e o sorriso tranquilo de quem encontrou um novo começo.
Norman desceu alguns minutos depois, com o cabelo solto ao vento e um brilho curioso nos olhos.
— Achei que vocês estavam dormindo — disse Navarro, abrindo um sorriso. — Tenho uma surpresa pra você, menina.
Ele fez sinal e um dos estábulos se abriu. De dentro saiu uma égua linda, castanha, de crina clara e olhar doce.
— Essa é Lysandra, — disse ele com orgulho. — Uma das mais temperamentais daqui… mas p