Quando a ambição vira vício de sangue
ISABELLA CONTI FERRAZ
Entrei na mansão Cassani sem ser convidada. O portão de ferro se abriu apenas porque ainda sabiam quem eu era — pelo menos no papel. O corredor longo, as paredes cobertas por quadros de antepassados e aquele maldito brasão me sufocavam.
Na sala de jantar, Amaro Cassani estava sentado sozinho, degustando lentamente um prato de massa e um vinho tinto. O ar cheirava a poder, mas também a desprezo.
— Senhor Amaro… precisamos conversar. — anunciei, cruzando os braços.
Ele ergueu os olhos sem pressa, a expressão dura, carregada do cinismo que só ele tinha.
— Isabella. Não me faça ter uma indigestão. — pousou o talher com calma. — Sente-se. Quer jantar?
— Não quero. — respondi seca. — Quero saber o que o Lorenzo foi fazer em Mônaco com uma barista.
Um sorriso quase invisível apareceu no rosto dele.
— Isabella, você não trabalha? Como não sabe o que o Lorenzo foi fazer em Mônaco?
Meu sangue ferveu.
— O Lorenzo, depois de fingir a pr