84. O legado vivo e a canção de ninar da fênix
O tempo, na vila toscana de Leonardo e Sabrina, passava de uma forma diferente. Não era mais medido em prazos de vida ou morte, em contagens regressivas para assaltos ou em horas de fuga desesperada. Era medido pelo movimento lento do sol sobre os vinhedos, pelo amadurecer das azeitonas nas árvores centenárias, e, mais recentemente, pelo crescimento suave e constante do ventre de Sabrina.
Sete meses se passaram desde a noite em que ela lhe contara sobre o bebê. Sete meses de uma paz quase inimaginável, uma paz que Leonardo, em seus momentos mais introspectivos, ainda temia ser uma ilusão, um sonho do qual ele poderia despertar a qualquer momento. Mas então, ele sentia o chute suave do filho dentro da barriga de Sabrina, ou via o sorriso sereno dela enquanto lia sob a sombra de um limoeiro, e sabia que aquilo era real. Era a vida que eles haviam conquistado com sangue, lágrimas e um amor que se provara mais forte do que qualquer império do crime.
A "Fundação Bellini-Rossi" era agora um