85. O legado vivo e o infinito no olhar
Os primeiros meses na vila toscana após o nascimento de seu filho foram, para Leonardo e Sabrina, uma imersão num universo de uma beleza e um cansaço que eles jamais poderiam ter previsto. A paz que haviam conquistado era real, mas vinha acompanhada do ritmo implacável das mamadas da madrugada, das trocas de fraldas, e do som mais extraordinário do mundo: o choro forte e saudável de Lorenzo Bellini Rossi, um nome que, por si só, era um testamento de tragédia e redenção.
Leonardo, o homem que enfrentara esquadrões de assassinos e decifrara enigmas seculares, descobriu um novo tipo de desafio: acalmar um bebê em prantos às três da manhã. E, para a surpresa de Sabrina, e dele mesmo, ele era um mestre nisso. Ele o segurava no colo, o corpo grande e antes tão tenso agora relaxado, e caminhava pelo quarto em silêncio, o movimento ritmado e a batida calma de seu coração parecendo ter um poder tranquilizador que nenhuma canção de ninar possuía. Nesses momentos, na quietude da noite, ele olhav