83. O berço da fênix e a promessa do amanhã
A revelação de Sabrina, sussurrada no terraço da vila toscana sob a luz suave do entardecer, não fora uma explosão, mas uma onda de choque silenciosa que reverberou até o âmago da alma de Leonardo. Uma criança. Um filho. Um futuro. Palavras que ele, por tanto tempo, considerara pertencer a um universo paralelo, a uma vida que jamais seria sua, agora se tornavam a sua realidade mais tangível e avassaladora.
A alegria que o inundou foi tão pura e intensa que quase o deixou de joelhos. Era uma alegria que não conhecia, primal, que lavava as últimas cinzas de seu passado sombrio, que preenchia os espaços vazios de seu coração com uma luz ofuscante. Mas, na calada da noite, quando Sabrina dormia serenamente ao seu lado, a mão dela repousando protetoramente sobre o ventre ainda liso, os fantasmas de Leonardo retornavam, não mais como espectros de vingança, mas como sussurros de medo.
Como ele, um homem forjado na violência, cujas mãos conheciam tanto a frieza do aço quanto a delicadeza do c