67. O farol dos condenados e a aliança das deserdadas
O silêncio no velho han abandonado era mais pesado e opressor do que o ar úmido e mofado que preenchia o ambiente. A revelação de Beatriz, transmitida pelo comunicador com uma urgência que gelava a alma, pairava sobre eles como uma sentença de morte. A Serpente de Cristal, o artefato que representava a justiça para Lorenzo Bellini e a única esperança de liberdade para eles, era também um farol, um sinalizador quântico que guiava seus piores inimigos diretamente até eles.
"Então, cada vez que eu usei o dispositivo… na Córsega, e agora no Bósforo… eu estava, na verdade, pintando um alvo em nossas costas?" Leonardo perguntou, a voz rouca, uma fúria impotente dirigida a si mesmo. Ele olhou para a caixa de ébano sobre a mesa de pedra, agora não mais como um tesouro, mas como uma maldição. "Exatamente, L.," a voz de Beatriz soou, tensa. "A emissão de energia deixa uma assinatura residual, uma cicatriz no tecido do espaço-tempo digital, por assim dizer. O componente que Viviana entregou ao C