51. O preço da pureza e o jogo da serpente
A manhã seguinte à fatídica noite no Olympus nasceu fria e cinzenta, um espelho da atmosfera que se instalara na fortaleza Costello. Leonardo sentia os olhares sobre si, mais cortantes, mais desconfiados do que nunca. Sua recusa em participar da devassidão orquestrada pelo Don, sua visível e obstinada abstinência, não fora apenas notada; fora interpretada como um insulto, uma declaração silenciosa de superioridade que o submundo não perdoava.
A convocação à sala de Don Vincenzo não tardou. O velho mafioso estava sentado em sua poltrona habitual, mas a fumaça de seu charuto parecia mais densa, mais sufocante. Rocco, com um sorriso malicioso que não alcançava seus olhos injetados de ódio, estava presente. Tulio, como sempre, era uma esfinge, observando das sombras. E, para surpresa e desconforto de Leonardo, Viviana Costello também estava lá, recostada elegantemente numa chaise longue, um sorriso enigmático nos lábios pintados de vermelho-sangue.
"Leonardo," Don Costello começou, a voz