51. A lealdade e o arquiteto da decepção
A luz fria da manhã seguinte ao incidente no Olympus parecia carregar o peso da desaprovação de Don Tulio Costello. Leonardo sentia os olhares de soslaio dos homens da famiglia, os sussurros nos corredores da fortaleza. Sua recusa em se entregar à devassidão, sua altivez silenciosa, não fora apenas notada; fora registrada como um desvio, uma anomalia perigosa no código não escrito da lealdade mafiosa.
A convocação veio como esperava, fria e implacável. Tulio o recebeu em seu escritório particular, um ambiente de luxo minimalista e gélido, muito diferente da opulência barroca de Don Vincenzo. Viviana Costello estava presente, um sorriso enigmático nos lábios, recostada numa poltrona de couro como uma pantera observando sua presa. Rocco, surpreendentemente, não estava lá – talvez Tulio o considerasse bruto demais para a "delicadeza" do que estava por vir.
"Sua… performance… na noite passada foi, digamos, abaixo das expectativas, Leonardo," Tulio começou, a voz suave como seda, mas com um