103. Dois frontes, um coração e a escolha da andorinha
A imagem holográfica na sala de guerra dos Guardiões da Verdade era um testamento da genialidade diabólica de Viviana Costello. De um lado, o complexo siberiano, uma ferida de alta tecnologia na paisagem gelada, onde a Quimera, a irmã sombria da Serpente de Cristal, aguardava seu despertar. Do outro, uma ilha paradisíaca no Pacífico, onde Rocco, o cão de caça mais sádico dos Costello, se aproximava para sequestrar Eleonora Rossi. Dois fronts, duas crises, duas armadilhas mortais, projetadas para dividir, para enfraquecer, para aniquilar.
O silêncio na sala era pesado, quebrado apenas pelo zumbido dos servidores e pela respiração contida de todos. Leonardo, de pé diante do holograma, parecia uma estátua de fúria e dor contidas. Sua mente, um mecanismo de precisão estratégica, trabalhava febrilmente, mas pela primeira vez em muito tempo, ele se via diante de uma equação sem solução aparente. Salvar a mulher que era como uma segunda mãe para ele, a mãe da mulher que ele amava? Ou impedir