A sala de visitas está fria, como sempre. Quando Henrique entra, eu já estou sentado, impaciente.
— Dr. Henrique. — digo assim que ele atravessa a porta. — Preciso de um favor.
Ele se senta à minha frente, ajeitando a gravata com um ar cansado.
— Outro? — ele força um meio sorriso. — Fala.
— É sobre o Batista. O cara que está me ajudando aqui dentro. Ele precisa de um advogado, alguém que cuide do caso dele e tente garantir proteção. Ele está em risco por ter prendido policiais corruptos. Não pode continuar desamparado.
Henrique me encara por alguns segundos, pensativo.