Ele ainda está nos meus braços.
Pequeno, quente, tremendo.
O coração dele bate forte contra o meu peito. Rápido, descompassado. Quase como o meu.
— Papai… — ele repete de novo, como se quisesse ter certeza. Como se estivesse testando a palavra na boca.
— É… sou eu, filho — murmuro, com a voz embargada, as mãos passando devagar pelas costas dele, como se eu pudesse decorar cada curva do seu corpinho. — Eu voltei. Eu tô aqui.
Rigel se afasta só o suficiente pra me olhar nos olhos. Os olhos dele são iguais aos da mãe. Grandes, vivos, cheios de perguntas.
— Você é mesmo meu pai de verdade? — ele franze o cenho.
— Sou, sim, filho. De verdade. Sou o seu pai.
Jade se aproxima devagar, ajoelhando ao nosso lado, os olhos marejados, a boca tremendo, como se quisesse dizer mil coisas e nenhuma ao mesmo tempo. Rigel a vê e, sem hesitar, se vira e se joga nos braços dela com força.
— Mamãe! — Ele a abraça apertado, como se quisesse fundir os dois corpos. — Ele voltou!
Jade o segura com carinho,