Já passava das dezoito horas. O relógio da parede fazia tic-tac como uma maldição metronômica.
12 horas e 47 minutos. Esse era o tempo exato desde que Clara havia desaparecido. E Léo?
Léo não chorava.
Não porque fosse fácil. Era como engolir cacos de vidro com a garganta fechada. Mas homens como Léo Vellamo não se davam ao luxo do desespero visível. Eles viravam tempestade por dentro — e furacão por fora.
O ping seco do e-mail foi como um tiro na sala silenciosa.
Remetente: Assam Vellamo
Assunto: O Último Acordo
Léo clicou. Leu. E o maxilar travou como uma porta de cofre. A tensão no ambiente poderia incendiar o mármore da cobertura.
Três exigências. Três socos no estômago.
1. Transferência total dos direitos do contrato da Cidade Inteligente do Vale do Silício até a meia-noite.
2. 80% das ações da Vellamo & Co. — a porra da empresa que ele construiu com o próprio sangue.
3. Um comunicado oficial à imprensa dizendo que Clara Ribeiro estava afastada da In.Arte Arquitetura