A luz de Dubai se infiltrava pelas enormes janelas da suíte presidencial, dourando o ambiente com um brilho quase teatral. Mas ali dentro, o clima era tudo menos dourado.
Léo Vallamo estava parado junto ao bar, camisa semiaberta, copo de uísque ainda intocado. O gelo derretia lentamente, acompanhando o ritmo da raiva silenciosa que fermentava dentro dele.
A porta se abriu sem bater — como sempre acontecia entre amigos antigos — e Miguel Duarte entrou, já falando:
— Cara, a equipe tá pronta. A Simone mandou avisar que os investidores mudaram o local da reunião pro restaurante da cobertura do Crown Emirates. Melhor sair logo se não quiser parecer…
Ele parou.
O rosto de Léo dizia tudo.
— Que porra aconteceu? — Miguel se aproximou, jogando a pasta na mesa. — Parece que tu levou um soco do passado.
Léo não respondeu de imediato. Soltou um suspiro lento e virou, encarando o amigo com olhos duros.
— Fui tomar um ar no terraço da suíte. E vi a Clara. Com o Gianluca Renaldi.
Miguel arregalou o