O silêncio depois da conversa era denso como veludo.
Léo ainda encarava Clara com um misto de espanto e desejo. Não era mais só a mulher que o desafiava com os olhos — era a arquiteta que, com meia dúzia de palavras afiadas, desmontava o jogo sujo que Assam e Klein estavam tentando jogar.
— Você… realmente entendeu tudo, né? — ele murmurou, se aproximando, com os dedos escorregando pelas páginas do projeto antes de pousarem suavemente na cintura dela.
Clara girou levemente, ficando de frente pra ele, as pernas ainda dobradas sob o robe aberto até as coxas.
— Não. Eu só li. E eu presto atenção. Diferente de você, que levou anos pra perceber que eu não era só uma bunda andando de salto na empresa.
— Eu sempre percebi. Só não queria admitir… porque aí eu ia ter que aceitar que você é mais perigosa que meu próprio tio.
Ela sorriu, com aquele sarcasmo doce e venenoso.
— Isso é uma tentativa de elogio ou um aviso?
— É um aviso, Clara. De que você me deixa completamente desarmado.
L