O relógio marcava 9h37 quando Clara desceu para o hall do café da manhã. Os cabelos estavam soltos, frescos do banho, e o vestido leve deixava à mostra a pele ainda corada da corrida… e do que veio depois.
Ela se aproximou do restaurante do hotel como quem domina a própria cena. O espaço, todo em mármore branco e detalhes em ouro escovado, parecia uma extensão do luxo silencioso que era o hotel. Aromas de café moído na hora, pães assados e frutas frescas perfumavam o ar. O bufê parecia um banquete preparado para uma realeza que acorda tarde.
Talita já estava sentada em uma das mesas ao canto, com um croissant pela metade e óculos escuros no rosto — não pela ressaca, mas pela atitude.
— Tá viva! — disse ela, abrindo um sorrisinho debochado. — Ou será que só desceu porque tá desidratada?
Clara riu e largou a bolsa na cadeira ao lado.
— Hidratada, alimentada e… digamos… alongada.
— Ah, então você também foi visitar o “departamento de contratos”? — Talita ergueu a sobrancelha.
— Vamos diz