O relógio em Nova Iorque marcava quase duas da manhã quando Léo, de pé na sacada de seu loft, largou o copo de uísque intocado. A cidade lá embaixo pulsava como sempre… mas ele não sentia nada. Nada que estivesse ali. O que ele queria — o que ele precisava — estava do outro lado do mundo, incendiando Dubai com um vestido vermelho e um olhar que poderia colocar qualquer homem de joelhos.
Clara.
Miguel surgiu pela lateral da sala como um bom fantasma sem hora, coçando a cabeça.
— Vai ou não vai?
Léo não respondeu.
— Porque se você não for, irmão, ela vai acabar voltando com aquele arquiteto italiano cheio de dente branco e ego inflado. E você vai ter que chamar um guindaste pra erguer o seu arrependimento depois.
Léo girou os ombros, o maxilar travado.
— Ela tá brilhando demais.
— Então brilha junto, porra. Para de bancar o estrategista e vai viver a porra da guerra. Senão ela vai vencer sozinha e nem vai lembrar de te avisar.
Um segundo. Um suspiro. Um estalo.
— Prepara o jato.
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Duba