Ela foi prometida. Ele a tomou à força. Fugir agora não é mais uma opção. Humana e sem loba, Melina Katsaros é vista como inútil pela própria família, que a entrega de bandeja para Amarok Mavros, o Alfa de sua matilha que tem uma péssima fama de ser cruel e sanguinário. Cansada de ser humilhada por sua família e agora prometida em um casamento arranjado com um lobisomem que não ama, sua única alternativa é fugir de um destino que lhe foi imposto à força. Agora, sequestrada pelo Alfa dominante que a quer como esposa a qualquer custo, a humana jura resistir com cada fibra do seu corpo em busca de sua liberdade. Em meio a fugas desesperadas, correntes e noites intensas no meio da floresta, Melina começa a perceber que o ódio é o sentimento mais próximo do desejo. Tropes literários: *Alfa Possessivo e Dominante *Protagonista Rebelde e Indomável *Casamento Arranjado * De Inimigos a Amantes *Mocinha Humana entre Lobisomens *Aproximação Forçada *Só tem uma Cama *Fuga e Perseguição Alerta de gatilhos: *Casamento Forçado *Sequestro *Violência Física e Emocional *Controle e Dominação masculina *Rejeição Familiar *Prisão e Contenção (correntes) *Tensão Psicológica *Relação de Poder (Alfa vs. humana) *Cena de possessividade intensa O LIVRO CONTÉM LINGUAGEM IMPRÓPRIA E CENAS NARRADAS DE SEXO EXPLÍCITO +18!
Ler maisO silêncio que agora se fazia na nossa pequena casa de madeira era torturante, enquanto eu lutava contra as minhas pernas trêmulas para permanecer em pé.
As minhas mãos estavam frias e suadas e me forçava a continuar olhando para a minha família na minha frente, depois de anunciarem que tinham me prometido em casamento a Amarok Mavros, o Alfa da nossa alcateia, e eu me negar. Se fosse em outras circunstâncias normais, seria o sonho de qualquer fêmea da nossa matilha se casar com o líder do grupo, porém nenhuma mulher da vila queria ser esposa do temido e cruel Alfa e, como eu não passava de uma simples humana sem valor por não ter uma loba, estavam me entregando de bandeja para ele. Para um assassino sanguinário. Diante de mim estavam a minha mãe, o meu pai e a minha única irmã mais velha. — Você deveria se sentir honrada, Melina Katsaros — Zena, minha mãe, disse após eu rejeitar o casamento arranjado com aquele monstro. — Finalmente arranjamos alguém da alcateia que tem coragem de se casar com uma aberração como você e ainda acha que pode escolher. Cerrando meus punhos com raiva e me sentindo encurralada, falei: — Eu tenho medo dele e também não o amo. Rindo com deboche de mim, Rhea, a minha irmã mais velha, questionou: — Amor? Acha que alguém vai amar uma fêmea sem loba como você? Ouvir seu desprezo por mim em sua voz doía, mas já estava tão calejada em ser desprezada por todos dessa casa que não causava mais tanto sofrimento em mim. Adonis, meu pai, que até então estava calado, só ouvindo, se pronunciou: — Ele é o Alfa e sua união com ele tem o propósito de beneficiar a nossa família e, consequentemente, se livrar de você, sua imprestável. — Não vou me casar com ele e muito menos ser a fêmea submissa de um monstro que mata por diversão e que pode me matar também — rebati sem pensar nas consequências, apenas me sentindo a beira de surtar por quererem se livrar de mim dessa maneira tão absurda e cruel. O tapa que meu pai deu no meu rosto foi rápido e seco, me fazendo cambalear para trás e segurar minha face dolorida com espanto. Meus olhos agora estavam ardendo devido às lágrimas que ameaçavam rolar por minhas bochechas, mas eu me recusava a chorar e me humilhar ainda mais na frente deles. Eu já tinha chorado demais nesta casa e prometido para mim mesma que nunca mais iria derramar uma lágrima sequer na frente dessas pessoas que não mereciam nem ser chamadas de família. Olhei a contragosto na direção da minha mãe quando ela disse: — Você vai obedecer, Melina, vai usar o vestido branco de noiva que ele já comprou para você e sorrir amanhã quando o nosso Alfa vier reivindicá-la como esposa. Vai ser útil para a gente pela primeira vez na vida. Cabisbaixa, demonstrando uma submissão que não existia, saí da sala sentindo pela primeira vez o gosto metálico de sangue que vinha do pequeno corte que se abriu internamente na minha boca quando recebi o tapa. Enquanto andava até o meu quarto, em passos arrastados, parecia que o mundo inteiro iria cair na minha cabeça a qualquer momento. Ao chegar ao quarto, que dividia com a megera da minha irmã Rhea, tranquei a porta e escorreguei pela madeira da mesma, me sentando no chão frio e me permitindo chorar silenciosamente para eles não ouvirem. Nessa mesma noite, quando a casa inteira mergulhou no silêncio da madrugada, eu fugi pela janela do quarto, sem minha irmã perceber, usando um vestido branco e com uma mochila pequena nas costas apenas com o essencial. Já na caminhonete velha que roubei do meu pai, eu dirigia com pressa e desajeitada pela estrada de terra que ficava no meio da floresta escura e fria. Eu estava fugindo da minha alcateia, mais precisamente do casamento arranjado com Amarok Mavros, o Alfa recluso nas montanhas e com fama de ser muito cruel. Eu passei a vida inteira sendo humilhada e rejeitada pela minha própria família e pela matilha, por ter nascido uma humana sem uma loba. Minha única irmã mais velha era bonita e tinha uma loba interior que fazia jus à sua beleza, já eu, mesmo sendo bonita, era apenas vista como a estranha e aberração por ser só um ser uma humana comum. Que nasceu sem uma loba. Eu já tinha vinte anos e nunca nenhum macho da matilha sequer chegou perto de mim. Cresci com esse desprezo e rejeição dentro de mim e à minha volta. Mesmo não tendo uma loba, eu ficava no cio como todas as fêmeas de qualquer espécie e sempre precisava passar por toda essa fase torturante trancada dentro do quarto e fazendo de tudo para inibir meu cheiro, pois todos os machos da tribo tinham nojo de mim e tinha receio de ser estuprada e morta só por perversidade. Eu não podia engravidar, pois meu DNA humano não era compatível com a transformação dos lobos. Não poder ter filhotes era um dos motivos da minha tristeza profunda e de ser ainda mais apontada como inútil, porque era natural entre os lobos machos e fêmeas procriarem após a temporada intensa de acasalamento, mas eu nunca poderia ter bebês para chamar de meus. Eu ingenuamente achei que a minha vida não pudesse mais piorar, mas ela piorou no momento em que meus pais me prometeram em um casamento forçado com o Alfa da nossa alcateia. Eu nunca o vi pessoalmente e também não queria, pois ele era um Alfa recluso nas montanhas e as histórias macabras que cresci ouvindo sobre ele já eram o suficiente para me fazer roubar o carro do meu pai e fugir desse casamento arranjado um dia antes dele acontecer.MELINA Cinco anos depois…A brisa da floresta tinha cheiro de terra molhada e lar.O entardecer filtrava os raios dourados por entre os galhos altos, tingindo tudo com tons de dourado. As folhas secas eram esmagadas sob meus pés descalços enquanto a risada contagiante de um pequeno ser de luz que corria entre as árvores da floresta me guiava como uma trilha de vida e alegria.— Rael, cuidado para não se machucar — alertei, com a voz misturada entre um sorriso e repensão contida.Ele não respondeu e apenas gargalhou, uma risada livre, sapeca e cheia de energia.Meus olhos o acompanharam com ternura e admiração enquanto ele saltava sobre um tronco baixo caído e disparava floresta adentro. Seu cabelo escuro dançava ao vento e, por um instante, quando virou para trás para olhar para mim e para ter certeza de que eu ainda estava o seguindo, eu vi os olhos dele brilharem em vermelho.Iguais aos olhos do pai dele.Meu coração apertou com força, mas de um jeito bom, já que não havia palavras
AMAROK Cinco meses depois…A neve caía lá fora em flocos pesados, silenciosos e cobrindo toda a floresta com um manto branco. O mundo parecia suspenso entre o tempo e o silêncio lá fora, mas aqui dentro da nossa cabana e entre lençóis grossos e o calor do meu corpo transformado em lobo, havia vida. Havia amor.Melina dormia encolhida e visivelmente confortável contra mim, sua pele humana delicada contrastando com a minha pelagem preta. Era inverno e eu estava em minha forma de lobo, a maior e mais quente, para aquecer minha fêmea e meu filhote em seu ventre que já estava redondo e bem visível.Estávamos deitados nas peles confortáveis e quentes de animais que eu coloquei no chão, fazendo uma espécie de ninho de frente para a lareira. Só que, mesmo com o fogo estalando quase perto, eu sentia a necessidade primitiva de envolvê-la com meu corpo e protegê-la de tudo.Mesmo sem ter cheiro de ameaça no ar.Uma das minhas patas da frente cobria sua barriga arredondada com carinho e cuidado
AMAROK Um mês depois…Já fazia um mês, um ciclo completo da lua e quatro semanas desde que cravei meus dentes na carne quente do pescoço de Melina e fiz dela ainda mais minha em minha forma de lobo. Tudo atualmente era diferente, pois ela já não era mais aquela humana indomável que me fitava com ódio e tentava fugir a qualquer custo. Agora, nesse exato momento, minha fêmea dormia sobre o meu peito com a respiração calma, os cabelos espalhados e a pele sedosa.Fizemos sexo ontem à noite em nossas formas humanas com lentidão e carinho, deixando nossos lobos selvagens apenas assistindo de camarote e querendo assumir o controle.O sol começava a nascer por entre a fresta por debaixo da porta neste exato momento, enquanto minha esposa ainda dormia profundamente em meus braços. Observei ela melhor, vendo sua pele nua coberta apenas por um lençol da cintura para baixo e seus lábios delicados levemente entreabertos. Inalei o cheiro de suor seco que ainda estava impregnado na pele dela do se
AMAROK A caçada tinha sido boa e eu tinha matado um cervo enorme que carregava nesse exato momento nas minhas costas.Os primeiros raios de sol atravessavam a névoa da floresta e, mesmo de longe, eu sentia que a minha esposa estava ali, em algum lugar dentro daquela cabana.Marcada, saciada e minha.O gosto do sangue dela ainda estava na minha boca e na lembrança prazerosa dos seus gritos rasgando a noite na floresta, com nossos uivos misturados quando meu nó nos prendeu. Essa memória pervertida e deliciosa não sairia da minha cabeça tão cedo. E eu não queria mesmo que saísse.O chão rangeu sob minhas botas quando me aproximei da porta da cabana. Deixei o cervo do lado de fora no gancho e entrei, sendo inevitável não fazer barulho. Eu estava pronto para encontrar minha fêmea deitada entre as cobertas, dolorida e com o corpo ainda latejando no meio das coxas pela noite intensa que tivemos na floresta ontem, mas o que vi me pegou de surpresa.Melina estava na cozinha, de costas para
MELINA A floresta ao nosso redor parecia prender a respiração igual a mim, enquanto eu ainda estava de quatro, com o corpo coberto de terra e suor.Amarok continuava atrás de mim, as mãos ainda segurando meus quadris com força e possessividade bruta, como se quisesse se fundir com meu corpo. Eu sentia perfeitamente o calor do sua pele suada contra a minha, o pulsar de seu membro enterrado até o punho dentro de mim e sua respiração quente e ofegante batendo contra a minha nunca.De repente, fiquei em alerta assim que um rosnado alto e animalesco escapou do peito dele e eu senti seu corpo estremecer colado ao meu. Antes que eu pudesse me virar ou reagir, os estalos começaram. Ouvi o som seco dos ossos dele se quebrando para se expandir e meu coração disparou ao perceber que estava se transformando em lobo.— Amarok… — meu gemido saiu fraco e surpreso.Ele apenas uivou às minhas costas, um som longo e rasgado, tão profundo que reverberou pelo seu pau e vibrou dentro do meu ventre.Ain
MELINA O vento soprava contra o meu rosto e meus cabelos enquanto o chão da floresta parecia um borrão sob meus pés descalços. Meu coração pulsava descompassado no meu peito, mas não era de medo.Era simplesmente de expectativa e excitação.Corria feliz e sorrindo como se pudesse escapar de Amarok, do Alfa que me vigiava com olhos de lobo mesmo quando estava em sua forma humana. Estávamos juntos na floresta enquanto ele ensinava minha loba a dominar meus sentidos no escuro, quando eu simplesmente saí correndo e deixei ele para trás sem entender nada.As folhas batiam na pele nua dos meus braços e os galhos tentavam rasgar meu vestido branco e, mesmo no frio, o meu corpo parecia suar. Minha risada arteira e satisfeita escapava entre arfadas de ar quente, enquanto a loba em mim queria brincar e provocar. Queria ser caçada.Olhei para trás enquanto corria como se a minha vida dependesse disso, sabendo que Amarok, meu marido, meu Alfa e predestinado, estaria me perseguindo em passos pe
Último capítulo