A caixa de e-mails de Caio Ventura estava lotada. Patrocinadores, ex-assessores, jornalistas tentando cavar entrevistas exclusivas. Mas ele não lia mais nada disso.
O que o mantinha acordado às três da manhã era um e-mail diferente — anônimo, enviado de um endereço criptografado. Apenas um print, e uma mensagem curta:
“Ela não mentiu. Ele foi comprado.”
O print era de um extrato bancário. Um depósito feito na conta de Roberto Arcanjo, datado três dias antes da publicação da matéria que destruíra sua relação com Luna. O pagador? Uma empresa de fachada vinculada a um braço da Ventura Holdings, onde Marina trabalhava como consultora informal.
Caio encarou a tela, o maxilar travado.
O nome do pai não aparecia diretamente. Mas a ligação era clara.
O sangue lhe subiu à cabeça, e ele se levantou de forma abrupta. A mansão estava silenciosa, mas a raiva fazia tudo parecer ruidoso.
Na manhã seguinte, desceu as escadas e foi até a biblioteca, onde Marina gostava de passar o tempo lendo artigos