O estúdio era pequeno, sem glamour. Nada de câmeras imponentes ou maquiagem profissional. Apenas uma cadeira de madeira, uma luz suave e um gravador sobre a mesa.
Luna Almeida se sentou ali com as mãos no colo, o cabelo preso em um coque simples. Vestia uma blusa branca e jeans. Nada de figurino elaborado. Ela não estava ali para encenar. Estava ali para falar.
O jornalista à sua frente — Victor Rios, conhecido por sua integridade e por documentários independentes sobre vítimas da mídia — a encarou com respeito.
— Está pronta?
Ela respirou fundo.
— Estou.
A gravação começou.
E com ela, a verdade.
— Eu não procurei a fama.
— Não fui atrás de um jogador de futebol.
— Quando conheci Caio, ele era só… um cara quebrado, tentando se reerguer. E eu era uma enfermeira tentando fazer meu trabalho.
A cada frase, Luna limpava, com firmeza, as manchas deixadas pela mídia sensacionalista. Falou sobre o início com Caio, a reabilitação física e emocional, as madrugadas sem dormir, os avanços lentos.