O Brasil inteiro assistia. As redes estavam em ebulição desde cedo, os principais portais noticiavam com manchetes chamativas a presença de Luna Almeida em um dos programas de maior audiência da TV nacional. O tema era "Vozes silenciadas", e Luna era a convidada principal.
Ela chegou cedo, acompanhada por Gabriela, que ainda tentava convencê-la a desistir da entrevista.
— Você não precisa se expor assim, Luna… — disse, aflita. — Já conseguiu tudo o que precisava: justiça, reconhecimento. Agora pode sumir dos holofotes.
Mas Luna estava irredutível. O olhar calmo escondia uma decisão inabalável.
— Não quero mais ser sombra. Quero ser voz. Por mim, e por outras como eu.
Vestia um vestido azul-marinho simples, de linhas retas. Os cabelos estavam presos em um coque baixo, o rosto sem exageros, apenas com a naturalidade que lhe era própria. Não havia personagem, nem mise-en-scène. Havia apenas ela, inteira, disposta a ser escutada.
Quando as câmeras se acenderam, o país parou. A hashtag com