Mayla e Adrian se odeiam com a mesma intensidade desde a adolescência. Ela acha que ele é um esnobe insuportável. Ele a culpa pela morte de sua avó. O que ambos têm em comum? Dois avôs teimosos, fofoqueiros, melhores amigos e metidos a cupido. Quando o avô de Mayla adoece gravemente, Adrian se vê arrastado para um plano absurdo: casar com a garota que ele jurou ignorar pelo resto da vida, pelo próprio avô que entra no time da chantagem emocional. Agora, unidos pelo afeto (dos avôs) e separados por décadas de birra mal resolvida, Mayla e Adrian vão descobrir que um casamento por obrigação pode render muito mais do que gritos e xingamentos. Talvez até… beijos inesperados. Ou algo pior: sentimentos que podem nascer de um casal que sempre se odiou.
Leer másMayla chega em casa exausta depois de encarar o combo trabalho e faculdade. Desde que os pais morreram naquele acidente horrível, ela vive só com o avô, um senhor de 85 anos que enfrenta uma doença respiratória.
Sem perder tempo, ela vai direto pro quarto, querendo tirar o peso do dia com um banho. Depois, dá uma passada no quarto do avô pra dar um beijo de boa noite. Ele já está dormindo e nem percebe a presença dela. Na cozinha, Mayla prepara um lanche simples antes de ir pra cama. A cabeça não para: a empresa que os pais dela tanto amavam está afundando aos poucos. Sem grana nem pra se manter direito, ela se sente perdida. Várias vezes pensou em vender tudo, mas seria como apagar os pais da própria história, já que foram eles que construíram aquilo do zero. Então, ela segue firme, mesmo que isso esteja acabando com ela por dentro. Termina o lanche e vai deitar. Fecha os olhos e, vencida pelo cansaço, logo adormece. Na manhã seguinte, acorda cedo pra passar um tempo com o avô. Prepara o café da manhã e o chama pra sentar à mesa com ela. — Ontem o Leone apareceu aqui. Conversamos bastante — diz o avô Júlio, chamando a atenção de Mayla. — Que bom, vovô. Fico agoniada de te deixar sozinho. Tô só esperando as coisas melhorarem pra conseguir pagar uma enfermeira pro senhor. — Então... no meio da conversa, ele me fez uma proposta que pode mudar tudo. E olha, se der certo, a empresa não vai mais falir. — Que proposta, vô? Olha, eu não posso pegar empréstimo agora. Nem sei como ia pagar, e se a empresa não... — Não é empréstimo, Lalá. É casamento. O filho dele precisa casar e ter filhos. E você também precisa de alguém. Não quero morrer e te deixar sozinha nesse mundo. — Ah não, vô, não vem com essa. A gente tá no século 21! Eu não vou me casar só porque você acha que eu não posso ficar sozinha — ela reclama, mas logo se assusta quando o avô começa a tossir forte. Mayla se levanta rápido, pega o cilindro e coloca no nariz dele. — Eu só quero te ver bem… e, se der, ter um bisneto também. Não precisa ficar casada pra sempre. Casa só até esse velho aqui bater as botas. Você pode fazer isso por mim? — Vovô, eu… — A tosse dele piora, mais forte, mais preocupante. Mayla aperta os olhos, respirando fundo, sentindo a pressão bater. — Tá bom, tá bom. Eu me caso. Mas olha, não vai achando que é pra sempre. E talvez nem role esse bisneto, viu? — Por favor… você é tudo que eu tenho. E quando eu me for, você não vai ter mais ninguém. Um bisnetinho, só um, que seja? Mayla fecha os olhos, sentindo que está encurralada. Não queria, mas parecia não ter escolha. Só que ela lembrava bem do neto do tal senhor Leone. Ah, como ela odiava aquele moleque! Sempre implicando com ela quando eram pequenos. Fazia anos que não se viam, mas a raiva? Continuava viva. Enquanto isso, na casa do Leone, o clima era outro, e não era nada tranquilo. Adrian não queria nem ouvir falar de casamento. Nem as ameaças do avô, dizendo que estava à beira da morte, faziam ele mudar de ideia. Adrian até tinha pais vivos, mas eles eram tão metidos e ausentes que passavam a vida viajando, curtindo o luxo e esquecendo que tinham um filho. Jogaram a responsabilidade nas costas do avô, e sumiram do mapa. Foi os avós quem criou Adrian desde pequeno. Mas há um ano, ele perdeu a avó, no mesmo acidente que levou os pais da Mayla. Desde então, a mágoa só cresceu. Na cabeça dele, por causa da família dela, ele e o avô ficaram sozinhos no mundo. — Por favor, Adrian… eu preciso de você — insistiu o avô. — E eu tô aqui, vô. Mas não me pede pra casar com aquela fedelha. Os pais dela mataram a vovó. — Não foi culpa deles, meu filho… eles também morreram. Foi um acidente. Nem você podia ter evitado. E olha, ela não é mais uma fedelha. Hoje ela é uma mulher. Trabalha, estuda… ficou uma moça linda e responsável. — Vô, não força a barra. Se o problema é neto, eu arrumo uma namorada, sei lá. Você quer neto? Te dou logo três, assim vai ficar ocupado cuidando deles e esquece essa ideia maluca de casamento. Mas casar com aquela metida? Tô fora. — Não é só isso, Adrian… eu quero ver você casado de verdade. Com uma família, filhos, alguém do seu lado. Tô quase partindo, e esse é meu último pedido. Você não pode me negar isso. — O senhor não vai morrer, vô. Tem saúde de ferro! — Eu deixei você pensar assim pra não te preocupar. Mas na última consulta… descobri que tô com uma doença que tá me destruindo por dentro. Acho que não tenho nem mais um ano. Por isso, preciso usar o tempo que me resta pra te ver encaminhado. Amanhã vamos visitar o Júlio e a Mayla. Depois disso, você decide se topa ou não. As palavras do avô bateram fundo. Adrian apenas assentiu, com um nó na garganta. Era difícil imaginar perder a única pessoa que sempre esteve ao lado dele. Mas ainda assim, ele tinha certeza: nem com a doença do avô, aquela menina metida ia fazer ele mudar de ideia. Bonita? Pode até ser. Mas irritante como sempre. No dia seguinte, os dois saíram cedo. No carro, Adrian observava o avô pelo retrovisor e notou como ele parecia mais frágil, abatido. Aquilo apertou seu coração. Ele desviou o olhar, focou na estrada, tentando não deixar a emoção tomar conta. Quando chegaram, o celular de Adrian começou a tocar. Ele olhou o visor, revirou os olhos e atendeu com má vontade. — Fala, Taylana — disse seco, sem um pingo de entusiasmo. — Nossa, calma, grosso. Só tô te ligando pra saber se quer almoçar comigo. Tô aqui perto da empresa e resolvi te chamar. Adrian olhou pra casa da Mayla, respirou fundo. Entre almoçar com alguém que ele apenas tolerava e encarar quem ele não conseguia nem olhar na cara, a escolha foi fácil. Voltou pro carro e deu meia-volta. — Quem sabe assim ela entende que eu não tô nem um pouco interessado nesse casamento. E quem sabe… convence o vô dela a largar essa palhaçada de vez.— Quero que você traga a sua família pra morar aqui. Vou cuidar de tudo pra passar essa casa pro seu nome. A partir de hoje, você será o chefe dos meus seguranças, principalmente os da empresa. Seu salário será aumentado pra dez vezes mais do que você recebe agora.— Senhor, não precisa, eu estou bem...— Eu não aceito um "não". Já está decidido. Você será responsável por todos, então nada mais justo que receber o certo. Fora que você fez um trabalho que eu nem tinha te pedido, e fez muito bem-feito. Estou muito orgulhoso de você, Nathan.— Eu nem sei como agradecer... Muito obrigado, de verdade. — Adrian sorri, toca no ombro dele, entra na van e seguem para o chalé.Mayla segue atrás dele. De vez em quando, dá um leve susto no Adrian, quando ela acelera um pouco mais e acaba passando por ele. Mesmo que a Lamborghini chegue a 200 km por hora, Adrian vê Mayla fazendo isso e o coração dele até erra as batidas.Quando enfim eles chegam ao chalé, ele já desce brigando com ela, porque tinh
Mayla não consegue nem se levantar, ainda permanece sentada, chorando. Adrian se levanta, alisa as costas dela e a ajuda a ficar em pé. O julgamento pode até ter acabado, mas o peso das palavras que foram ditas ali causou um estrago muito grande.— Mayla, vamos para casa. Precisamos conversar. — Ela apenas assente com a cabeça e se deixa levar por Adrian.Dentro do carro, ele pondera antes de ligar o motor. Mas, ao lado dele, Mayla não para de chorar. Não consegue. É uma dor... mas também um certo alívio por saber que seu pai não causou a morte de ninguém.— Mayla, me desculpa — diz Adrian, olhando para o volante, pois não consegue encará-la. — Passei a minha vida toda te culpando pela morte da minha avó, dizendo que foi o seu pai que se embebedou, dirigiu e a matou. Todas as brincadeiras que fazia com você eram uma forma de te fazer pagar pelo que ele fez.— Eu não tenho por que te desculpar. Você não teve culpa de nada.— Mas foi o meu pai que matou seus pais, Mayla...— Mas não foi
Quinze dias depois, o julgamento acontece. Todos estão sentados, aguardando o juiz entrar. Mayla segura a mão de Adrian com força, tentando controlar o tremor que insiste em tomar conta dela. Do outro lado do salão, algemados, estão Adriano e Inês, tentando manter uma postura arrogante.O juiz entra. O julgamento começa.— Estamos aqui hoje para julgar os réus Adriano Vital e Inês Vital, acusados de tentativa de homicídio, formação de quadrilha, sequestro, coação de testemunhas e outros crimes já relatados no processo.Adriano encara o juiz com um olhar frio, mas por dentro está inquieto. Inês tenta desviar o olhar sempre que Mayla a encara. Sabe que está diante do resultado das escolhas que fez.A promotora se levanta e apresenta as provas: mensagens, vídeos, testemunhos. Tudo confirma que os dois armaram para tirar Mayla do caminho, ameaçaram pessoas próximas a ela e chegaram ao ponto de arquitetar a morte do próprio pai.Adrian observa tudo com o maxilar travado. Ele vê os vídeos d
Ela respira fundo, limpa as lágrimas e começa a falar:— Você veio quando tudo estava sobre as minhas costas. Você tirou todo o peso de cima de mim e, mesmo eu te odiando, eu aceitei a sua ajuda. E foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida, porque eu não sabia que um dia eu te amaria tanto, mas eu sabia que precisava de um alívio. Quando eu fui obrigada a me afastar de você... Ali, para mim, foi o fim do mundo. Eu não pensei que voltaria a estar aqui, assim, com você. Eu...ali foi o verdadeiro inferno. Ter que chegar em você e dizer tudo aquilo que eu disse... Eu não menti só para pra você, eu tive que mentir para mim também. Eu te amo, Adrian. Não pelo que você tem, mas pelo que você é. Apesar das brincadeiras que você fazia comigo na adolescência, depois do casamento, você se mostrou ser outra pessoa. Nós dois evoluímos juntos, crescemos juntos, e você sempre esteve ali por mim, pelo meu amor. Eu sou grata por tudo que você fez pela gente. E eu prometo que, a partir de hoje, nada
A volta para casa foi bem divertido, apesar do desconforto e do aperto. Mayra veio no colo de Adrian, com a bengala dele dentro dela. Foi só uma diversão, não houve gözada, foi só para descontrair.Chegaram em casa rindo e se depararam com Aurora dormindo nos braços do Senhor Leone, com a mamadeira na boca. Maila, antes de sair, tinha tirado o leite com a bombinha e deixado nos potinhos, mas não imaginava que o Senhor Leone a amamentaria.— Já posso receber o salário de babá! Veja, está limpinha, cheirosinha e com o buchinho cheio! — diz ele, mostrando Aurora aos pais. — Mayla se aproxima dele e senta ao lado, Adrian senta do outro. — Quando vai ser o casamento de vocês de novo?— Eu não quero outra festa, acho que já tivemos uma. Acho que agora podemos nos casar novamente apenas no civil. — Mayla fala, e Adrian concorda, mas logo nega com a cabeça, pois o Senhor Leone a olha com desaprovação.— Nem pensar! Depois de tudo o que aconteceu, acho que agora é a hora em que vocês mais prec
Assim que eles entram no quarto, Mayla desce do colo de Adrian. Mas ele não deixa te devorar a boca dela. Seus olhos brilham com desejo, seu corpo queima como fogo por ter Mayla novamente em seus braços, e se amaldiçoa por ter ficado tanto tempo sem toca-la por uma besteira que ela nem teve culpa.Ele a empurra até a parede com força, agarra o rosto de Mayla e a beija com mais intensidade, como se não existisse o amanhã para os dois. Ele a beijava com saudade de tudo, do corpo dela, do toque dela, da sua pele macia e seus gemidos provocantes.Seus beijos são parados com uma mordida no lábio de baixo da Mayla, ele queria provocar, ver se ela ainda estava tão entregue a ele como sempre foi. E o olhar dela dizia tudo, tão provocante quanto suas mãos que o toca, enquanto retira a camisa dele.Adrian também retira o vestido de Mayla, e fica surpreso por ela não está usando nada por baixo. Ele beija o pescoço dela, da leves mordidas enquanto aperta a bunda dela com uma certa força trazendo-
Último capítulo