Mayla não consegue nem se levantar, ainda permanece sentada, chorando. Adrian se levanta, alisa as costas dela e a ajuda a ficar em pé. O julgamento pode até ter acabado, mas o peso das palavras que foram ditas ali causou um estrago muito grande.
— Mayla, vamos para casa. Precisamos conversar. — Ela apenas assente com a cabeça e se deixa levar por Adrian.
Dentro do carro, ele pondera antes de ligar o motor. Mas, ao lado dele, Mayla não para de chorar. Não consegue. É uma dor... mas também um certo alívio por saber que seu pai não causou a morte de ninguém.
— Mayla, me desculpa — diz Adrian, olhando para o volante, pois não consegue encará-la. — Passei a minha vida toda te culpando pela morte da minha avó, dizendo que foi o seu pai que se embebedou, dirigiu e a matou. Todas as brincadeiras que fazia com você eram uma forma de te fazer pagar pelo que ele fez.
— Eu não tenho por que te desculpar. Você não teve culpa de nada.
— Mas foi o meu pai que matou seus pais, Mayla...
— Mas não foi