DOMENICO
Era quase madrugada quando ele voltou à biblioteca secreta.
A imagem do garoto na fotografia não saía de sua mente. Estava no fundo de uma escola antiga, usando um uniforme cinza, as mãos nos bolsos, e os olhos — os olhos eram quase idênticos aos de Domenico.
Leonid estava em primeiro plano, sorrindo, como um pai orgulhoso. Nenhum nome. Nenhuma data. Apenas a legenda: “Ядро” — O núcleo.
Domenico ampliou a imagem no tablet. Nada. Nenhum símbolo na parede, nenhuma pista de localização. Apenas um detalhe: uma bandeira em um canto. Azul com estrelas brancas.
Ele ampliou.
Sérvia.
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Meia hora depois, ele já tinha passagem marcada para Belgrado. Nada nos registros da mansão. Nada nos arquivos de segurança. O garoto não existia oficialmente — o que, no mundo deles, significava apenas uma coisa:
Ele era real.
E alguém queria que ficasse escondido.
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DOMINICK
— Ele foi sozinho?
Henrique assentiu, enquanto atualizava os dados do satélite.
— Rastreou a imagem até uma escola na Sérvia.