VIENA – SUBÚRBIO INDUSTRIAL – 02h17
O galpão era velho, mas vigiado. Nenhum sistema eletrônico, apenas olhos treinados. Três homens do lado de fora. Dois no segundo andar. Cada um posicionado com precisão.
Domenico observava de cima, no telhado do prédio vizinho, sob o breu da madrugada. Usava preto dos pés à cabeça, com uma mochila pequena presa ao ombro. Havia deixado para trás o nome Santorini. Pela primeira vez, operava como ninguém.
Ele não queria ser reconhecido.
Queria ser ouvido.
E precisava estar vivo para isso.
Desceu pela lateral, entrou pela porta dos fundos e cruzou o corredor como uma sombra. Ninguém o notou.
Quando chegou à sala central, ele estava lá.
Mikhail.
Sentado no centro, braços cruzados, expressão fria. Era mais jovem, sim. Mas o olhar… aquele olhar não era de um garoto.
Era de alguém que nunca teve o direito de ser criança.
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DOMENICO
— Você sabia que eu viria.
Mikhail ergueu o rosto.
— Desde o dia que fui esquecido.
Domenico parou a três metros.
— Você se a