LAURA
A casa estava em ruínas.
Não no concreto — as paredes ainda estavam de pé, os móveis ainda existiam. Mas havia algo quebrado no ar, algo que nenhuma reconstrução seria capaz de consertar. O tipo de silêncio que permanece mesmo depois que os gritos cessam.
Laura caminhava sozinha pelos corredores da mansão Santorini com passos leves, mas firmes. As janelas estavam abertas e deixavam entrar o sol da manhã. Mas em seus olhos havia sombras.
Cada passo era uma lembrança.
Ali, onde um soldado caiu protegendo Cristina. Ali, onde Giuliano subiu pela escada com a adaga que quase cortou o destino dela. Ali, onde ela o matou. Com as próprias mãos.
Ela ainda sentia o peso da lâmina entre os dedos.
Havia vencido.
Mas ninguém fala sobre o preço da vitória.
Dominick apareceu no fim do corredor. Silencioso. Terno escuro. Gravata ausente. O ombro ferido enfaixado. Mas os olhos… os olhos estavam intactos.
Os mesmos olhos do homem que invadiu sua vida.
Agora, eram os olhos de quem carregava o mund