A noite caiu devagar, como se o mundo estivesse cansado e pedisse silêncio. O retorno para casa foi tranquilo, embalado por uma trilha sonora suave e palavras sussurradas no escuro do carro. Evelyn observava pela janela o caminho molhado, as luzes da cidade refletindo em poças como constelações fragmentadas. Estava serena, como não se lembrava de ter estado em muito tempo.
Lucas estacionou em frente à casa e desligou o motor. Por um momento, ficaram ali, em silêncio, como se nenhum dos dois quisesse romper o encantamento daquele dia fora do tempo.
— Eu queria que todos os dias fossem assim — ela disse, sem tirar os olhos do vidro.
— E se forem? — ele perguntou, a voz baixa, como quem oferece algo que ainda está aprendendo a ter.
Ela o olhou, e nos olhos dele havia uma promessa não dita. Não de perfeição — mas de presença.
Entraram na casa com os passos leves de quem carrega lembranças boas nos ombros. Evelyn foi direto para a cozinha, aquecer um pouco de chá. Lucas ficou na sala, mexe