O fim de semana amanheceu preguiçoso. A chuva fina tamborilava no telhado, e a luz acinzentada filtrava-se pelas janelas como se o mundo inteiro tivesse diminuído o ritmo. Evelyn despertou devagar, enrolada no edredom, ouvindo os sons suaves da casa viva ao seu redor. O cheiro de café recém-passado vinha da cozinha, misturado com o aroma do pão que Lucas provavelmente esquentava no forno.
Ela sorriu antes mesmo de abrir os olhos por completo.
Desceu as escadas descalça, com o cabelo preso de qualquer jeito e vestindo a camisa larga dele — a mesma que insistia em usar sempre que podia. Encontrou Lucas encostado no balcão, lendo o jornal pelo celular, como um hábito que não conseguia abandonar, mesmo nos dias em que as notícias pareciam pesadas demais para digerir.
— Bom dia — ela disse, aproximando-se.
Ele ergueu os olhos e abriu um sorriso lento, daqueles que pareciam levar o tempo certo para se formar, como quem se permitia sentir antes de expressar.
— Bom dia. Dormiu bem?
— Dormi. C